quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Demagogias do vovô do CONFRAM – quem manda no karate?





O vovô não cansa?

A novela do vovô do CONFRAM não acaba, pois ele não para de produzir…

Depois do chilique com a WUKO e WUKF o vovô voltou a dar o ar da graça. Realmente não dá para entender tanta burrice acumulada em um só ser, só podemos achar que isto é patológico, como dissemos num post anterior (link) o vovô parece mais um caso sério de esquizofrenia paranoica, pois a paranoia de querer mandar e desmandar no karate não para. Nós não somos psiquiatras para avaliar a sanidade mental do vovô, nosso assunto é a arte marcial e tudo que diga respeito a ela. Mas do jeito que o vovô dá amostras de sua estupidez e pernosticidade, fica cada vez mais latente sua insanidade. Não precisa ser especialista em saúde mental para constar que o velhinho é meio “fora da casinha”. Seria isto algum sintoma de Alzheimer, ou apenas é muita burrice acumulada em várias camadas? Os devaneios do vovô são tantos que realmente acabam por deixar algumas pessoas menos informadas confusas com relação a situação do karate no Brasil.
E ai ficam as duvidas: Quem manda no karate? Quem tem direito de ir para as olimpíadas? O que é ou não legal nas artes marciais?
Neste post. queremos esclarecer uma coisa que o vovô do CONFRAM insiste em não entender, ou se faz de louco para continuar com suas falácias. Vamos esclarecer de uma vez por todas quem realmente manda no karate no Brasil!!!
Pra começar a abordar o tópico vamos mostrar a última do vovô do CONFRAM a onde ele afirma que a CBK não manda em nada.

O vovô se dizendo "entendido" das lei*

Então quem manda? A liga mequetrefe do vovô, sem representatividade, ou o órgão regulador embasado num projeto de lei nunca aprovado? Segundo ele quem manda é a liga dele. Ah, conta outra!
O vovô insiste em repetir este enredo: “O que foi aprovado pelo COI foi a “nomenclatura karate”. Ficamos nos perguntando o que ele pretende afirmando isto, pois não é a primeira vez que ele vem com esta.

Ele insiste na "momenclatura karate"*


Tentamos mentalizar e acompanhar o raciocínio do vovô do CONFRAM avaliando o que ele pretende com este termo: “nomenclatura karate”. Tentamos entender a viagem do vovô e chegamos a conclusão que na sua cabecinha de vento o que foi aprovado pelo COI foi o nome “karate”. Na verdade o que foi aprovado pelo COI foi a “modalidade esportiva Karate” que é oficialmente representada pela WKF (antiga WUKO*), a entidade que a mais de 30 anos vem trabalhando para tornar o karate olímpico. Já falamos um pouco como se deu este processo nem outro post (link).
É nesta falácia do Pombo que o vovô vem tentando enrolar outros karatekas mais desinformados do que ele. Isto gera muita confusão e de quebra é uma forma do vovô oportunista continuar enganando os incautos sobre quem é realmente o representante do karate no Brasil. (de fato ele não convence a ninguém disto)
Outro recurso usado pelo vovô é desacreditar a entrada do karate nas olimpíadas enfatizando o fato do karate ainda estar numa fase de “esporte experimental” dentro dos Jogos Olímpicos, situação esta que o Taekwondo já passou e superou, tanto que, depois de 30 anos, ainda esta entre o seleto grupo dos “esportes olímpicos”. O karate dentro dos cinco esportes novos (skate, baseball/softball, climbing, surf, karate), que entrarão nos Jogos Olímpicos de Tokyo em 2020, é a modalidade com mais chances de continuar pertencendo aos Jogos Olímpicos. Lembramos que o karate já esta inseridos desde 1988 nas competições que fazem parte do circuito olímpico como os Jogos Pan-americanos (vide post anterior). Todos os esportes quando entram nos Jogos Olímpicos passam pela fase "esporte experimental" e com o karate não será diferente!
O vovô quer desacreditar a entrada do karate nas olimpíadas exatamente porque "já sentiu o cutuco", pois a "diáspora" do karate já esta acontecendo nas federações não reconhecidas pelo COB/COI. 
 

Gostamos do depoimento deste seguidor da página*

Sem falar que o vovô dá amostras evidentes de que morre de inveja da CBK, visto que não perde a oportunidade de desmoraliza-la tentando macular sua imagem sempre que pode a acusando de “ser cartelizada”, etc. Até a tocha olímpica o vovô já carregou enquanto destilava todo os seu veneno com relação ao “karate olímpico”. Da festinha olímpica o vovô bem que gostaria de fazer parte, alias ele já mandou E-mail para a CBK sugerindo uma “parceria”... Dizem que toda a inveja é na verdade uma admiração encubada.

Vovô mendigando uma parceria com a CBK*


O que podemos então afirmar com relação ao karate nas olimpíadas?
O karate esta nas olimpíadas e participará dos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020 como modalidade experimental. Nesta fase se verificará principalmente se a nova modalidade realmente cativará o público, se será bem organizada, etc. Sim, pois as olimpíadas tem que atrair o público e uma modalidade que não consegue isto não é interessante para um mega evento como as Olimpíadas. Todos os esportes que entram para os Jogos Olímpicos passam por esta fase de “esporte experimental”. Levando em consideração que o karate realmente é praticados em todos os continentes do mundo, a sua entrada definitiva nos Jogos Olímpicos é uma questão de detalhes, pois público é o que não vai faltar. Também não podemos negar que a WKF tem feito um excelente trabalho divulgando a modalidade, além do que a entidade vem dando um ótimo exemplo de organização e estruturação. Ressaltamos que a parte mais complicada deste processo de entrar nas olimpíadas já foi feito pela WKF, que foi adaptar a arte marcial para os ideias de Fair Play que o COI exige. O karate já cumpriu quase todas as etapas perante o COI, fase "experimental" seria um teste final. 


Quem é o representante do karate nas olimpíadas?
Oficialmente a entidade reconhecida pelo COI é a WKF e somente esta!
No Brasil a representante da WKF é a CBK e somente esta é reconhecida pelo COB (vide link, link).

Print da pagina do COB


Complicado não é mesmo?
Não é complicado se vocês entenderem os seguintes esquema:
Reconhecido pelo COI: WKF;
Reconhecido pelo COB: CBK.
Realizadora das olimpíadas: COI.



A WUKO (atual*), WUKF, UWK, WKC, IKOK, IKU, WSKF, ITKF, WTKF e suas filiadas não são oficialmente reconhecidas pelo COI (e a liga do vovô também não é). Apesar de algumas destas***** terem feito uma coligação para fazer frente ao COI e provar que podem representar o karate nas olimpíadas, estas não receberam o reconhecimento do COI (ainda). Repetimos, somente a WKF e suas filiadas são reconhecidas pelo COI. Um dia quem sabe possa haver uma negociação, mas sabemos que este processo é complicado, a história já nos mostrou isto.
Ah, mas no Japão a IKO e JKA se juntaram com a JKF!! Sim, elas chegaram num acordo no Japão, e esta coligação é valida somente lá. Se algum atleta japonês vindo da Kyokushin quiser competir nas olimpíadas terá que ser por intermédio da JKF, pois a JKF no Japão é a que realmente esta vinculada ou COI. Este tipo de esquema entre federações pode ocorrer em âmbito nacional, ou seja, entre entidades aqui no Brasil, mas se isto acontecer estas entidades terão que rezar a cartilha da CBK***. Um exemplo é o Taekwondo e Judo que possuem ligas independentes vinculadas ou não a confederações olímpicas.

Exemplo: “LNJ > CBJ/COB > IJF > COI”

Imaginem o vovô que inclusive ataca e acusa a CBK de formação de cartel se sujeitando a rezar a cartilha da CBK… Nãããoo!!! Seria o pesadelo do vovô do CONFRAM!! Justo ele que quer dominar o karate nacional!!!!
O fato é que o vovô é tão desprovido de inteligência que não sabe definir a diferença entre uma LIGA e uma FEDERAÇÃO****. Liga nunca terá função de federação.


Então quem manda no karate no Brasil é a CBK?
Não, terminantemente não! A CBK é a única representante do karate perante ao COB/COI, somente isto. O karate no Brasil esta pulverizado em várias representações nacionais, algumas muito boas, outras nem tanto, todas elas criando os seus torneios a nível nacional, algumas com um número representativo de participantes, outras com meia dúzia de gatos pingados como a do vovô do CONFRAM. A famigerada “Lei Pelé” se encarregou de facilitar a criação de várias federações e ligas que se dizem representante do karate no Brasil, incluindo a liga de fundo de quintal do vovô do CONFRAM, sem nenhuma representatividade, a onde até os seus supostos “filiados” dão calote e não participam de seus torneios para o desespero do vovô.

Mim muito triste, ninguém quer mim.*
 
Outra coisa que devemos relembrar, o Ministério dos Esportes não se mete na organização das confederações, pois isto não é competência do ME, já explicamos isto em outro post em que falamos do vovô (link). Muito menos os CONFEF/CREF podem se meter nas artes marciais.

Finalizando:
A CBK não manda no karate no Brasil (ainda);
A CBK não é a única representante do karate no Brasil;
A CBK é a única representante do karate olímpico no Brasil e a única vinculada ao COB/COI;
O COI só influencia o karate olímpico;
A WKF é a única reconhecida pelo COI;
O karate esta nas olimpíadas como esporte experimental.


Portanto até 2020 o karate esta olímpico e tem grandes chances de continuar sendo! Quem vai decidir se o karate continua nas olimpíadas é o COI e não o vovô do CONFRAM. O Taekwondo quando se tornou “esporte experimental” era muito menos popular que o karate, tinha menos praticantes, no entanto esta nas olimpíadas até hoje. Fazer o karate entrar nas olimpíadas para depois tirar seria mais desvantajoso para o COI do que para o karate.

Encerramos este post com mais uma pérola do vovô! Ele inventou de caçar os Dans de pessoas que nunca pediram o reconhecimento dele. Ninguém nunca viu esta de cancelar Dans já dados, mesmo porque uma vez dado o dan é dado, não pode ser desdado. Vovô é assim, se acha o todo poderoso do karate brasileiro (e quer ser da arte marcial com o CONFRAM). Ele mesmo filia e desfilia, ele mesmo valida e desvalida, ele mesmo autoriza e desautoriza, ele mesmo reconhece diplomas internacionais com ou sem CNPJ, desde que seja de seu interesse.


Vovô cancelou os dans de quem nem era filiado a liga*

Vovô cancelou Dans de quem não é da liga e ainda foi desaforado*

Vovô fazendo a limpa, é novidade cancelar Dan já dado.*


Qual será a próxima aventura do vovô? Aguardemos!!! Talento para ser motivo de piadas ele tem de sobra e cada dia se supera mais.


Texto: Taka Nakara


Ver também:


*Todas as imagens usadas neste post. Estão publicadas no facebook em domínio público, qualquer um que tiver acesso ao facebook pode conferir não só as imagens como as publicações e os diálogos estabelecidos;

** A atual WKF é a herdeira da antiga WUKO (World Union Karate-do Organization), a WKF (World Karate Federation, também conhecida como FKM) inicialmente foi proposta pelo COI para unir a ITKF e WUKO no início da década de 90, mas com a retirada da ITKF das negociações a WUKO acabou se tornando WKF. A atual sigla WUKO (World United Karate-do Organization) se refere a outra instituição que não tem relação com a atual WKF. A sigla “WUKO” não foi protegida por patentes o que gerou esta confusão.

*** Já existem acordos sendo feitos entre a CBK e outras confederações.

****Há uma diferença entre Liga e Confederação/Federação, as ligas juntariam clubes, academias e associações para a realização de torneios independentes da federação; A Confederação administraria o esporte a nível nacional e a ela se filiam as federações; A Federação seria a representatividade da modalidade esportiva nos estados e a ela pode-se filiar atletas, clubes e ligas.

*****Federação Internacional de Karate Tradicional (ITKF), Confederação Mundial de Karate (WKC), União Mundial das Federações de Karate-Do (WUKF), Organização Mundial das Federações de Karate (WUKO), União Karate Internacional (IKU), Organização Internacional Karate-Kyokushinkaikan (IKOK) e a Federação Mundial Fudokan (WFF). Estas entidades fundaram a UWK United World Karate com o intuito de representar o Karate em nível mundial.


 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A Arte finjutsu da “apropriação cultural”, da “pseudagem cultural” e da “pseudagem monástica”


Voltamos a abordar o assunto sobre os monges de boutique que aparecem por ai.
Infelizmente há um grande mal entendido com relação a alguns praticantes de arte marcial no quesito religiosidade oriental. Devido ao fato dos ocidentais, e principalmente os brasileiros, pouco entenderem os princípios filosóficos que pairam sobre os países asiáticos e consequentemente sobre o misticismo que envolve as artes marciais oriunda destes países.
Já comentamos sobre este assunto em outros posts, principalmente neste aqui: O hábito (literalmente) não faz o monge.
Um leitor da página do INAM no Facebook veio com este cartaz mostrando esta “apropriação cultural” aqui.



Resolvi dar uma olhada nisto e cheguei a conclusão que o tema deve ser mais abordado, pois a “apropriação cultural” nas artes marciais é um ato corriqueiro. Antes do termo "apropriação cultural" virar jargão dos movimentos sociais o INAM já tinha usado o termo "pilhagem cultural" para descrever os atos de um grupo de finjuteiros. No caso abordado neste post comentaremos a “apropriação cultural” que usa elementos da religiosidade oriental. A arte marcial que mais sofre com isto é o Kung fu (Wushu), principalmente o estilo Shaolin que tem uma história intimamente ligada ao budismo e a figura de Bodhidharma. Porém o Kung fu não é o único, isto também acontece com qualquer arte marcial de origem asiática seja ela chinesa, japonesa, tailandesa, etc. Na verdade a confusão se dá porque tanto a religiosidade oriental quanto a história das artes marciais se entrelaçam. Sim, é fato que tanto a religiosidade quanto as filosofias orientais influenciaram as artes marciais asiáticas, pois isto faz parte de todo o contexto histórico que envolve a cultura asiática como um todo. Não é por caso que as confusões com relação ao assunto sejam corriqueiras, pois por ser a religiosidade e filosofia oriental extremamente complexa, a linha tênue que separa o que é cultural de fato do que é pseudo cultura é frequentemente ultrapassada. É por isto que vemos frequentemente estes monges de boutique aparecerem, pois além de ser uma cultura complexa, o ocidental muitas vezes entende patavinas dela e, por não entender, cria fantasias conforme as suas experiências e percepções.

Não só os monges de boutique são exemplo disto, mas outras pseudagens como o pseudo arte marcial dita “chinesa” vinda da argentina, mais conhecida como Pakua. Esta arte marcial “chinesa” hermana usa e abusa de forma totalmente estereotipada de elementos do taoismo. Inclusive os mespones da farsa preta do Pakua se deram o trabalho de fazer um pacote turístico até a China para fazer fotos ao lado de sacerdotes taoistas. (vide postanterior)

Pilhagem cultural aliada a pseudagem cultural

O que não falar do Wayshia Kempo que além de usar elementos do budismo também o mistura com o hinduísmo para justificar sua arte marcial do Khmer “sincrética” e “miscigenada” segundo palavras do próprio filhote de mestre Bione. Aliás o próprio mestre A. Bione vem com "pseudagem cultural" quando quer justificar sua “filosofia khmeriana sincrética miscigenada hindo-budista”. Um exemplo disto foi quando ele quis justificar o uso dos caracteres japoneses no logo do Wayshia Kempo. Para isto citou inclusive o nome de monge Kukai que teria fundado a linha de budismo esotérico japonês conhecida como Shingon*. É fato que os alfabetos silábicos japoneses (hiragana e katakana) derivam dos ideogramas chineses (kanji) e o budismo japonês tem parte significativa na criação destes, mas dizer que eles são uma forma de sânscrito**…

Mestre Bione, só na pseudagem...

Pseudagem cultural sincrética e miscigenada,
 hindo-budista, khmeriana, "zen-bionistica"
Este nem para cospobre serve...

Outro que apareceu foi um a Abade Shaolin Richard. Ele insiste em se fantasiar de monge, mesmo passando vergonha no INAM. Outro dia apareceu um diploma de um “shigun de abade” 10º Grau! Pode isto? Se realmente existisse este abade Shaolin no Brasil a comunidade budista falaria dele assim como falam dos lamas do budismo tibetano, dos mestres dos budismos Zen e Chan. O “Abade” Richard apareceu no INAM e mandou uma mensagem In-Box dizendo que estava “constrangido” de ser exposto na página e que a irregularidade já tinha sido descoberta, porém no final do ano ele ainda estava usando a fantasia de “monge”, e inclusive, o manto mudou de cor. Tentou deixar a roupa mais parecida com o manto dos budistas chineses, pode até enganar, mas ainda não esta nos padrões desta linhagem. Repetimos: não existe escola de formação monástica de budismo Shaolin no Brasil. Neste caso a "pilhagem cultural" esta totalmente desonesta.



Adade Shaolin no Brasil? Ainda 10ºGrau?
Depois que foi denunciado ficou com vergonha...

O "shigun de Abade" e o "Abade" (sqn)

Ficou constrangido, mas continua se fantasiando de monge

Outro é o Wei Chimp Ao que desde o início se fantasia de monge, roupa esta que de monge tem absolutamente nada a haver com os mantos dos monges chineses, chega a ser cômico. Notem que ao seu hábito parece muito mais uma tentativa fracassada de se fantasiar de monge, acreditamos que cosplayer que se vestem Kuririn (Dragon Ball) façam melhor. Até os gestos dos monges ele tenta imitar, mas provavelmente isto deve ser apenas encenação, pois saber o que significa com certeza não sabe. Wei Chip Ao também se mete de acupunturista e terapeuta holístico. 

Wei Chimp Ao, a muito tempo na pseudagem cultural
Até tenta, mas não consegue convencer.
 
Outro grupo é um do RJ. Este até é Kung fu, mas infelizmente apelou para a "pseudagem monástica". Diz que foi ordenado na China, no templo shaolin de Emei. Mas o templo de Emei é lendário, e se existiu, foi destruído ou desativado a cerca de 300 anos. Nesta fantasia da foto ele até tentou, mas passou longe... Atualmente a roupa de monge esta melhor. Se este abade fosse tão importante a comunidade budista falaria dele. Outra, cadê a escola de formação de monges shaolin? Abade pelo que saibamos é um chefe de templo ou de mosteiro. Há relatos que ele se diz um monge que segue a linha Taoista!! O que? Taoista com roupa de budista? Para de mentir que fica feio!

Mais um que curte uma psedagem monástica

Agora saindo um pouco do que diz respeito a China e pegando a parte japonesa, temos os grupos que exploram incansavelmente o já citado Zen Budismo além de outros elementos que fazem parte do sincretismo japonês. Na carona disto vem os que exploram incansavelmente o Budo e o Bushido. Sem citar nomes tem uma Sr. que resolveu explorar isto da maneira mais doutrinária possível criando um instituto que ensina “kenjutsu”. Pessoas que nunca tiveram contato com a cultura japonesa entram neste “instituto” e saem de lá se sentindo verdadeiros “samurais do sec. XXI” gritando “onegaishimasu” e falando “hay” para todo mundo. O sistema que mantinha os samurais ruiu com o início da era Meiji e nos dias atuais faz pouco sentido existir, tanto que foi reformulado para o atual Budo, o Karate, Judo, Aikido e o Kendo (derivado do kenjutsu) fazem parte deste conceito. Mesmo este Budo muitos ocidentais pouco entendem e muitas vezes distorcem. Sim, muitas vezes se fantasia a cultura japonesa assim como os princípios espirituais do “DO” no qual muitos distorcem vírgula por vírgula. Cá para nós, ler hagakures, biografia do Musashi e ficar como um lobotomizado gritando "onegaishimasu" não te torna um "japonês", muito menos do período anterior a era Meiji. Os japoneses e seus descendentes só lamentam por esta gente.

Outro grupo que explora de forma descarada elementos da espiritualidade japonesa é a turminha dos ninjas de boutique, mas estes vamos deixar para outra ocasião, pois estamos elaborando uma matéria especial para estes.

Dentro das artes marciais tailandesa também temos diversas manifestações de pseudo cultura religiosa, pois a toda a cultura tailandesa esta intimamente ligada as crenças budistas. O Muaythai, luta muito visada nos dias atuais, tem sofrido com a "pseudagem cultural. É muito comum os mespones criando modinha no pseudo Muaythai, fazendo do mongkon uma indumentária obrigatória do uniforme e exigindo que cada aluno use um durante as aulas, sem falar que alguns insistem em fazer reverencia e falar “sawade” a todo o instante, isto quando ao invés de falar “sawade” não falam “OSS”. (Veja mais neste link). Mongkon só se usa no Ram Muay uma dança que é feita pelos lutadores em homenagem a seu campo de treinamento e a seu treinador.

O termo “apropriação cultural” muito usado atualmente por movimentos sociais pode ser usado nestes casos quando um mespone farsa preta usa categoricamente elementos de uma cultura para “vender seu peixe” e iludir seus seguidores. Dizem que a “apropriação cultural” é quando se pega os elementos de uma cultura, se apropria deste e o usa a seu bel prazer descaracterizando-o e/ou distanciando-o do seu significado original. Isto é o que acontece com algumas artes marciais, principalmente no caso do “instituto de kenjutsu” e no caso de algumas escolas de “ninjutsu fake” que encontramos por ai. Os Biones usam e abusam de “apropriação cultural”, o pakua hermano então… Até para a China viajam para manter sua farsa.

Algumas vezes a fantasia é tanta que o termo “apropriação cultural” se torna inadequado, pois as invenções atribuídas a uma cultura é tão grande que se esgotam os recursos da “apropriação” (exatamente pelo fato de desconhecerem a cultura original), com isto estes começam a apelar para as invenções de pseudo cultura que aos olhos de gente muito leiga passam totalmente despercebidas. É o famoso ACHISMO! O pakua é um que quando a história dos tigramas e dos pontos de mutação se esgotam eles partem para a criação de pseudo cultura. Os Biones apelam para a pseudo cultura lançando mão das teorias bionescas de “miscigenação cultural sincrética”. Os ninjas de boutique nem se fala, até bebes japoneses afogam nos seus contos. E os monges de boutique é pura invencionice, mesmo porque não existe monastério Budista Shaolin e nem iniciação desta linha monástica no Brasil. Estes nem conseguem deturpar cultura budista porque sequer sabem os princípios desta religião fazendo uma miscelânea cultural mística. O termo que mais descreveria estes impostores é o que citaremos agora: “pseudagem cultural”!

A “pseudagem cultural” é a incrível capacidade de inventar elementos culturais que de fato não existem numa cultura e as tornar supostas “verdades” se valendo de falácias, ou de meias verdades. Além de distorcer completamente os elementos para justificar pseudo cultura. É o ato de criar um elemento cultural tendo por base o achismo e atribuí-lo a uma determinada cultura. A “pseudagem cultural” é um recurso desonesto que lança mão de mentiras para iludir, enganar, fazer os leigos acreditarem que algo que é ilegítimo se torne legitimo.


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Um tal "Doutor" em Terminologias das Artes Marciais Japonesas


Hoje vamos falar um pouco sobre um caso que vem nos chamando a atenção. Notamos que um mestre em artes marciais vem fazendo uso deste recursos para se auto promover. A princípio nada contra, pois saber nem que seja um pouco da língua do país do qual se origina uma arte marcial é super válido. Porém notamos algumas contradições com relação a isto que devem serem esclarecidas. Portanto vamos esclarecer que contradições são estas que estão por trás deste título de “Dr. Honoris Causa em Terminologias das Arte Marciais Japonesas”.

Imagem de domínio público no Facebook*

Começaremos este post com alguns esclarecimentos:

O que faz uma pessoa estar apta à entender uma língua estrangeira?
Primeiramente a pessoa deverá aprender uma língua estrangeira em algum curso ou escola capacitada para isto. Esta máxima vale para o aprendizado de qualquer língua estrangeira, até mesmo para o a língua espanhola tão parecida com a língua portuguesa (portunhol não basta). Os cursos de línguas em si também não bastam para uma pessoa ser “entendedora” de uma determinada língua, somente decoreba e repetição não fazem de uma pessoa um linguista fluente, para ter fluência deve-se ter a prática, falar com as pessoas que sejam fluentes nesta língua.

Como uma pessoa pode provar que é entendedora de uma determinada língua?
A opção mas fácil e acessível é concluir cursos de língua estrangeira e receber os certificados destes, mas devemos fazer uma observação, não basta receber os certificados e guarda-los numa gaveta, em cinco anos se recomenda fazer uma reciclagem do seu conhecimento, pois a falta de prática pode levar ao esquecimento da língua. Outra opção é fazer os testes de proficiência na língua estrangeira. Conquistar um certificado de proficiência é um meio OFICIAL de testar e provar o conhecimento numa determinada língua. Os testes de proficiência geralmente são feitos por algum órgão ou instituição encarregada de uniformizar e fazer esta avaliação. Vejam alguns testes de proficiência nesta matéria: Os principais teste de proficiência em vários diomas. Com relação a língua japonesa o teste de proficiência é aplicado pela Japan Fundation, a prova é conhecida pelo nome de “Noriyoko Shiken. Um certificado de proficiência é essencial caso uma pessoa queira estudar em outros países, pois conta pontos na hora de fazer uma pós-graduação, ou bolsa de estudos em faculdades internacionais. Veja mais neste link: Exames de Proficiência. Outra forma é a pessoa se formar no curso de Letras com a especialização em Língua Estrangeira (no caso aqui línguas asiáticas).
Sobre este assunto veja mais neste link: Certificado japones.

O que seria um título de Doutor?
No universo acadêmico, ou seja curso superior (faculdade ou universidade), existem graus que uma pessoa por intermédio de seus estudos pode chegar, o primeiros podem ser os títulos ou de bacharel ou de licenciatura (agora também tem o tecnólogo), depois vem a pós-graduação, depois se a pessoa quiser continuar se especializando ela pode tirar o mestrado, na continuação deste vem o doutorado, na sequencia ainda pode tirar o pós-doutorado.

O que seria um título de Dr Honoris Causa?
Este é um título honorífico concedido por uma universidade a uma pessoa eminente, esta não necessariamente pode ter recebido anteriormente um diploma universitário, basta que tenha se destacado em determinada área (artes, ciências, filosofia, letras, promoção da paz, de causas humanitárias etc.). Para a alguém ser digno deste título a pessoa tem que ter feito algo realmente relevante e significativo para a sociedade, ou para a ciência, etc.
Lembramos que para estes títulos universitários serem válidos no Brasil os cursos superiores de faculdades (ou universidade) tem que passar pela avaliação do MEC e ter a autorização da mesma para poderem certificar. Diploma de curso sem reconhecimento do MEC só serve para enfeitar parede.

E por falar em faculdades…. Voltando para aquele shihan de karate que se diz “Dr. Honoris Causa em Terminologias das Arte Marciais Japonesas”... Sim, ele se gaba de ter um título de Dr. H. C. e faz questão de salientar isto, inclusive na hora de assinar seus diplomas. Mas será que para as artes marciais isto realmente é relevante? Será que este conhecimento é digno de um título desta magnitude?

Vejamos as reflexões abaixo:

O que foi feito de relevante por este shihan que seja digno de um título de Dr. Honóris Causa?
Para sociedade não teve benefício nenhum, muito menos para a língua japonesa, menos ainda para o karate que sempre usou estes termos em japonês, pois afinal o karate veio do Japão (Okinawa é território japonês). Relembrando, o título de “Dr. H.C.” é para aquelas pessoas que fizeram algo de relevante.

Saber as palavrinhas em japonês de uma determinada arte marcial é relevante?
As palavrinhas em japonês somente são relevantes para quem pratica a arte marcial, pois quem não pratica esta pouco se lixando se o correto é escrever “OSS” ou “OSU” por exemplo, ninguém perde noites de sono ou deixa de aprender uma arte marcial por conta disto.

Será que uma pessoa com o nível básico na língua japonesa não teria a capacidade de saber a mesma coisa que o Dr. Honoris Causa?
A princípio os termos em japonês ditos dentro da prática do karate não são tão difíceis para quem estuda a língua japonesa, pois eles dizem respeito a posições e direções, nomes de bases, nomes de katas que já foram de certa forma traduzidos para a língua portuguesa. Se a praticante de karate tem um livro escrito em japonês melhor ainda, pois pode estudar os kanjis, mas mesmo assim sem ver os caracteres japoneses pode-se conhecer muito de “terminologias japonesas” com o karate. Qualquer praticante que saiba os nomes dos golpes sabe alguma coisa na língua japonesas, apesar de não se dar conta disto. Exemplo: mae, ushiro, jo, chu, ague, soto, uchi, palavras que se aprende no karate, estes termos também são ensinados nos cursos de língua japonesas básico.

Livros de karate escrito em japonês que já foram passados para a língua portuguesa

Sim, isto mesmo, alguém com o conhecimento adquirido em cursos de japonês no nível básico pode saber o mesmo que o “Doutor” em terminologias, conhecimento este equivalente a prova de nível 5 do exame de proficiência em língua japonesa, que é o mais fácil de todos os testes de proficiência da Japan Fundation. Basta pegar os dicionários e livros certos e estudar, não há mistério nenhum com relação aos termos usados no karate, não para quem realmente estuda o japonês.

Exatamente por isto que um título Dr. H.C. é pompa demais para um conhecimento que qualquer estudante de língua japonesa pode adquirir, além do que isto não acrescenta nada para a sociedade, nem para a comunidade de praticantes do karate e muito menos para a língua japonesa. Não é o mesmo que “descobrir a pólvora” ou “descobrir a roda”, isto não acrescenta nada! Mesmo porque sempre foram usadas as terminologias japonesas para ensinar o karate. O “Doutor” do karate não descobriu nada de novo, não acrescentou nada de novo, porque por incrível que pareça, no Japão se fala japonês a milênios e para entender um japonês falando basta estudar língua japonesa. O que há de inovador nisto?

Vejam abaixo o diploma de Dr. Honoris causa dado por um Reverendo de um suposto Curso de Teologia. Sim, curso de Teologia e não de Letras que seria um curso mais apropriado para dar esta congratulação. O que tem a ver “Teologia” com “Terminologia das artes marciais japonesa”?
 
Diploma da FAETAM que não tem licença do MEC para promover curso de nível superior*

E vejamos, para um título de Dr. Honoris Causa a faculdade que oferece este título, pelo menos aqui no Brasil, tem que ser reconhecido pelo MEC! E para a nossa surpresa vejam o que descobrimos sobre a FAETAM, entidade que prestigiou e congratulou este 7ºDan de karate shotokan com o título de “Doutor”. 

Vejam o que diz nesta reportagem no seguinte link: Curso Superior sem licença do MEC é suspenso pelo MPF em Belém.



Disponível no Link*
 

Isto mesmo, a FAETAM não tem licença do MEC para promover curso de Nível Superior, ou seja, não podia nem dar título de "Doutor". Este Sr. que fica se gabando por ser o Dr. Honoris Causa não tem um diploma de instituição reconhecida pelo MEC! E agora? Será que todas esta pompa de se considerar um Doutor tem cabimento? Acho que não.
Isto nos leva a crer que este Diploma de “Dr. H.C.” foi forjado por uma entidade de aspecto para lá de duvidoso, sabe-se lá se não foi uma troca de favores, algum “agradinho” de algum “amiguinho” do mundo “acadêmico”. Sabe-se lá qual foi critério usado para consagrar tal Shihan um “Dr. H. C.”, pois o título não condiz com a irrelevância do conhecimento linguístico deste. Sim, irrelevante, pois como já falamos, isto acrescentou absolutamente NADA para a sociedade!

Definitivamente este título de Doutor não deve ser levado a sério!
Este “Doutor” pode ter saído de uma boa linhagem do karate, aprendido esta arte marcial com grandes mestres, pode ter feito parte de federações sérias, pode até mesmo ser um grande professor, mas infelizmente colocou tudo a perder quando se uniu a algumas pessoas já denunciadas neste blog e resolveu se vincular a entidades não muito confiáveis. Isto ao invés de promover o nome deste shihan compromete a sua imagem, não só a imagem dele, mas a imagem das artes marciais, do karate, e a imagem do tão sagrado e respeitado universo acadêmico.

Se dizer uma coisa que realmente não se comprova, é no mínimo muita desonestidade.

Texto: Taka Nakara



*Todas as imagens usadas neste post. Estão publicadas no facebook em domínio público, qualquer um que tiver acesso ao facebook pode conferir não só as imagens como as publicações e os diálogos estabelecidos.

P.S.: Achamos estas fotos aqui de pessoas se formando em teologia na FAETAM, uma universidade sem reconhecimento do MEC. Estes cursos geralmente estão ligados à grupos religiosos. É bom ser enganado...

De pé  o "reitor" da universidade FAETAM

Comemorando diploma não reconhecido pelo MEC