sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A máfia dos certificados frios e fajutos 1ª parte

A banalização da venda de certificados forjados nas artes marciais esta tão grande quando venda de faixa preta (ou o uso da faixa vermelha de mestre). Esta matéria é muito ampla, vai ser necessário várias postagens no blog para abordar, pois o repertório de falcatruas é interminável. Teremos que abordar a questão dos certificados frios e falcatruas por temas. Detectamos que este fenômeno esta muito forte na região norte e nordeste (casos comprovados em Tocantins, Pernambuco, Sergipe, Ceará e Paraíba), porém ocorrem em todas as regiões o Brasil (casos em São Paulo e Rio Grande do Sul).

Já encontramos certificados dos mais diversos, falsificação de diplomas de federações de renome, certificação de instituição internacional que não existe, certificação de graduação que não existe, diplomas em idiomas orientais com os mais esdrúxulos caracteres, associação de uma artes marcial certificando outra arte marcial completamente diferente, certificados com títulos inatingíveis, diplomas com erros de português horríveis...Enfim, não há limites para o finjutsu.

A princípio, vamos dar algumas dicas de como identificar estes certificados.

- Os "certificados" são nitidamente (e ridiculamente) cheios de frescuras e adornos;
- Até os caracteres chineses, japoneses e coreanos usam, também apelam para o uso de "carimbos" escritos nestas línguas e muitas vezes com mais de uma nacionalidade em um só certificado, colocam qualquer escrita oriental aleatório sem dar conta que alguém poderá entender (e vai! Já que hoje em dia o mandarim, o japonês e o coreano são idiomas ensinados no meio acadêmico, principalmente quem faz intercambio);
- Vemos títulos ridículos como, "15º Khan Arjarn Yai" em diploma todo escrito em chinês com o carimbo em coreano (já tivemos até abade budista);
- A grande maioria destes certificados apresentam erros absurdos de português;
- Todos que falsificam certificados têm um perfil de facebook aberto exatamente para mostrar um monte de diplomas feitos em Photoshop;
- Os falsificadores têm certificados de mais de uma arte marcial e não são modestos na graduação;
- Quem falsifica certificados, geralmente fazem parte de federações de fundo de quintal;
- Quando não fazem parte da federação meia-boca, criam uma instituição internacional para "esquentar" o tal 'diploma';
- Além das artes marciais conhecidas, os falsificadores são graduados em artes marciais ou estilo de luta do qual nunca se ouviu falar;
- Muitos são vendidos e adquiridos em sites que prometem certificação somente por vídeo, outros nem isto; basta apenas encomendar, pagar e esperar. Também são adquiridos quando alguém se filia a uma federação de fundo de quintal.

Um exemplo dos perfis no Facebook de 
"mestres de tudo" com "sertificados" de Photoshop.
Está muito fácil personalizar um certificado, em tempos de internet tudo é possível. Nós do INAM fizemos uma pesquisa e descobrimos um comércio de falsificação e vendas de templates e arquivos em que qualquer um pode fazer seu certificado genérico, até mesmo os carimbos ("hanko" em japonês, "mifêng" em chinês) são vendidos. Quem domina as ferramentas de edição de imagem pode perfeitamente confeccionar um certificado que para os menos entendidos e ingênuos, os que acreditam e não se dão o trabalho de investigar, pode passar batido, porem a ousadia destes falsificadores é tão grande que eles acabam pecando nos detalhes, é neste ponto que desmascaramos esta máfia do finjutsu.

Um exemplo da cara de pau dos 
editores de certificados de Photoshop





Também tem os inúmeros sites que prometem cursos por Vídeo aula com certificação, faremos uma postagem só para abordar isto. Outra fonte de certificados fajutos são as inúmeras ligas e federações pé de chinelo que brotam aos borbotões por ai (sequelas da Lei Pelé), é só se filiar a elas e pagar uma quantia que sai com um certificado tinindo na mão, tem "mestre de tudo" filiado a inúmeras instituições destas.



Alias, até confeccionamos alguns diplomas só de zoação para provar que qualquer um faz certificado de arte marcial.



Em todos os casos tenha sempre a seguinte máxima: Quando a esmola é demais, o santo desconfia!

domingo, 17 de janeiro de 2016

Mc Dojo - O mercado do Finjutsu.

*tradução original do texto que pode ser acessado neste link.

Assista o vídeo original neste link
Mais cedo ou mais tarde, se você frequenta fóruns de artes marciais, você vai encontrar o termo pejorativo “McDojo”. Como uma franquia de restaurantes fast food, um McDojo geralmente está localizado em uma área comercial, oferecendo a você um gostinho de treino genérico de artes marciais, frequentemente de um modo formulado, por uma empresa franquiada. Como um fast food, a comida vai ser homogeneizada, reduzida ao mínimo denominador comum e servida rapidamente. VOCÊ TAMBÉM pode conseguir uma faixa preta em x meses, contanto que pague.

Chuveiros quentes, paredes forradas, a não-obrigatoriedade de aprender muitos termos/rituais arcanos... Contanto que você pague. Você pode deixar seus filhos lá por várias horas valendo gritos organizados, berros, chutes e socos, contanto que pague.

Parece que os piores aspectos do capitalismo ávido casaram com a violência organizada, não?
Na verdade, para alguém na outra ponta da corda, não acho que eu ataque tanto o McDojo típico comparado com outros puristas. Da forma que eu vejo, há uma vasta gama de modos na qual você pode organizar um sistema de treino, com McDojos em uma ponta e o mui “te manda, garoto, para de encher” tradicionalíssimo dojo na outra. É um espectro luminoso, e as linhas ficam realmente borradas no meio dele.
Tem algo mais Mc Dojo do que o Pa-kua Hermano??
Venda de graduação e cursinhos instantâneos
de defesas pessoais mandrakes fazem justiça ao termo. 

Não que fazer dinheiro seja errado. Mesmo no dojo mais tradicional, dinheiro e capital são necessários para uma variedade de coisas, tais como pagar o aluguel, contas de luz, custos organizacionais e assim por diante. Aprendi da forma mais difícil. Não ganhando dinheiro suficiente de mensalidades dos alunos para pagar o aluguel inteiro. É muito raro encontrar um grupo de budo que rejeite dinheiro de qualquer forma. A contabilidade para a sobrevivência do mesmo seria impossível para sobreviver na era atual, onde não há senhores feudais para serem mecenas da arte e custearem seu treino.

De qualquer forma, há um alcance, e há algum bem nos McDojos também, contanto que você não espere que eles lhe ofereçam o que eles não podem entregar.

Para que são bons os McDojos?

São ótimos para atividades físicas infantis e como alternativa ao futebol, liga mirim de beisebol, e assim por diante... as turmas geralmente são grandes, cheia de crianças bocudas gritando a plenos pulmões, se divertindo rolando pra lá e pra cá nos tatames coloridos. Também são bons massagistas de ego para os pais, se o Juninho conseguir uma faixa preta em questão de seis meses de treino. Você pode se gabar para os vizinhos.

Por ser mais organizado como empresas com fins lucrativos, você pode apostar que os líderes do dojo se preocupam com o número de crianças nas aulas, então eles encorajam o treino regular organizando vários torneios, piqueniques e outras atividades familiares. Haverá promoções frequentes. Também haverá muitos torneios onde seu filho terá a chance de ganhar troféus maiores que ele. E, talvez, as crianças ficarão um pouco mais saudáveis e desenvolverão um pouco de autodisciplina do treino.
Se um McDojo for capaz de oferecer tudo mencionado acima de modo satisfatório, é um McDojo bom. Ainda é um McDojo, porém decente. Você não pode ataca-lo por não ser o que não é suposto a ser.

É o mesmo com o nosso McDonalds local. Oferece hambúrgueres e fritas decentes. Nada especial. Também não compararia o mesmo ao bistrô a 20 quilômetros de distância que serve pratos da cozinha Pan-Pacífica New Age, tipo hambúrgueres de búfalo com molho cítrico de gergelim, ou até mesmo a loja de ramen na King Street que faz seu macarrão e a sopa do zero. McDonalds tem a ver com um lanche medíocre servido rápido com muita gordura saturada que te empanturra rápido, onde você não tem tempo ou esforço pra cozinhar sua própria comida ou dirigir até um restaurante melhor. Ele te preenche, e você não pode pedir por muito mais do que isso. E você sabe o que está comprando. Entre em qualquer McDonalds em quaisquer estados da União, e fora alguns poucos itens que são um agrado aos gostos locais (no Havaí, tem linguiça portuguesa, ovos e arroz no menu do café da manhã, e uma tigela de macarrão saimin no almoço e na janta), a comida é praticamente a mesma. Sem graça, mas a mesma. Sem surpresa.

Entre em um dos McDojos da cadeia de Joe Blow de Tae Kwon Do e MM Grappling (que provavelmente também promove kickboxing “fitness” para os pais) e você geralmente fará o mesmo tipo de treinamento em qualquer um dos dojos que você for sem surpresas.

E é isso. Você não pode esperar muito mais, porque eles não são preparados para oferecer mais. Estamos falando de produção em massa, maximização dos lucros. Estamos falando de FRANQUIA!
Você detectou um senso presunçoso de elitismo da minha parte? Pelo contrário. O McDojo supre uma demanda necessária, do contrário não existiria de forma tão prolífica, assim como o McDonalds existe porque também supre uma demanda, lucrativa inclusive. Eu ensino e treino em um pequeno grupo, mas nós nunca seríamos capazes de ensinar artes marciais para um monte de crianças que gritam para socar e chutar igual seu personagem favorito de anime. Não estamos aparatados para isso.

Na outra ponta da corda está o que eu chamaria de uma loja sui generis do ramo, ou uma bela experiência única de jantar com lugares limitados. A comida é exótica, o gosto adquirido, e não é para todos. O Masa Sushi’s no fim da rua só tem oito lugares para clientes. É pouco lucrativo, mas o proprietário é o chefe, e ele assegura que cada um dos clientes (que ele conhece por nome) estejam felizes com os sushis de seu menu especial. Os gostos pessoais no Masa não podem ser facilmente reproduzidos e franquiados, logo ele continuará pequeno. Talvez alguns dos chefes assistentes, após décadas trabalhando com ele, abrirão pequenos restaurantes similares em outras cidades, mas o Masa sempre continuará pequeno, para o conhecedor que sabe o quão fresco deve ser o gosto do maguro, ou discernir a qualidade dos feijões usados no sushi de natto.

Não é para todo mundo, nem nunca foi feito pra ser. De várias formas, é assim que um monte dos meus antigos professores e associados ensinam artes marciais. É tradição artesã, ensinada em pequenos grupos, com instrução um-a-um.


Mas a variedade das empresas de artes marciais é um alcance. No meio há várias organizações de budo modernas. Elas são grandes, como Shotokan e Aikikai, elas têm franquias nas quais o treino é mais ou menos o mesmo (Katas específicos e/ou kumite). Elas também conseguem englobar alguns valores dos “grupos fechados” tais como um nível alto de controle de qualidade e treino, adesão ao aprimoramento de técnicas de nível alto, e assim por diante. Esses grupos podem ter turmas consideravelmente grandes de adultos e crianças, mas elas também reforçam disciplina rigorosa e atenção à excelência. Competições são possíveis, mas têm seu lugar, e técnicas exibicionistas, sem função prática (que parecem legais em convenções de anime e cosplay fests) não são permitidas. Por sua natureza, não irão atrair tantos estudantes incautos quanto os McDojos. Elas atrairão pessoas que preferem integridade no treino, mas que não têm a inclinação cultural ou caráter pessoal para perseguir formas mais idiossincráticas de artes marciais.
Então, dispor de uma gama de escolas de artes marciais é, em minha opinião, tão natural quanto dispor de uma gama de restaurantes, de lanchonetes franquiadas aos restaurantes até bistrôs que oferece uma experiência única.

O problema que eu REALMENTE tenho é quando pessoas tentam enfiar características de um sistema de ensino em outro. Geralmente, isso significa que um McDojo tenta usar a metodologia ou conceito que por necessidade não cabe. Por exemplo, um McDojo inescrupuloso,  de forma a tentar transformar suas escolas em algo exótico, acharam por bem simplesmente ir além do rotular seus professores de “sensei”, chamando seus mestres maiores por “shihan”, “kyoshi”, “soke”, e por aí vai. Talvez tenham exaurido o assombro que causavam com o título de sensei, ou de darem a si mesmos o décimo terceiro dan.

Mas vá lá, eu posso entender “shihan” se você recebeu esse título de ensino de uma associação cuidadosamente regulamentada e sistematizada tal como a JKA (Japan Karate Association do Shotokan), mas o “soke” Joe Qualquercoisa do Qualquercoisa-ryu Kempo Kung Fu Luta na Lama Kurottee? Isso é igual a alguém dizer “Sim, sou o mestre-cuca do McDonald’s do Shopping Evergreen”. Não, cara, você não é um mestre-cuca, você é um chapeiro.

A bagagem que vem com ser um soke pode encher outro blog inteiro, e vai além de simplesmente declarar-se mestre do seu próprio estilo, o qual você pode pensar que só envolve socar, chutar e fazer “ninjices” por aí. Há muito mais do que isso, e irá, como falei, encher outro blog.


Deixando a advertência de lado, eu posso ver o valor de um McDojo. Eu não iria querer um bando de crianças doidas e gritonas tentando entrar no meu dojo de qualquer modo, assim como o Masa não gostaria que as pessoas ocupassem os oito lugares e tentassem pedir Big Macs em seu sushi bar. Um McDojo tem propósito. Um dojo grande de beira de estrada que tem vários estudantes e oferece treino estrito de judô, aikido, kendo, karate, etc, tem seu propósito e clientela, e nós temos nossa pequena, minúscula clientela também. Mas não misturemos as duas e não vamos fingir que elas são as mesmas.

Tradução: gafanhoto Joe.
Artigo original de wmuromoto do site The Classic Budoka. 

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

O hábito (literalmente) não faz o monge.


Não raro recebemos no INAM denuncias de falsos monges nas artes marciais. O que vemos é um desfile de fantasias e uma série de procedimentos e rituais que mais parecem uma encenação de teatro do que de outra coisa. Este circo serve única e exclusivamente para tentar tornar legitimo algo ilegítimo. Serve apenas para iludir os que ingenuamente procuram uma arte marcial como se vê nos filmes e seriados de TV. Para quem não conhece, para quem ignora completamente estas doutrinas e culturas, qualquer papinho destes enganadores serve.



O que já tivemos: pseudo mestres de estilos da arte marcial inventada vestindo manto; falsos mestres Shaolin vestindo túnica (até um que se diz "abade"*).

Abade Shaolin 10ºGrau? 



Alem de Mc Dojo teriamos Mac Sangha?
Muito importante é não esquecer  do comprovante de depósito.
Monge vive de esmolas....


Quando se fala de Kung Fu Shaolin estamos nos referindo não só a um estilo de kung fu, mas sim de um conjunto de técnicas surgidas num templo budista. Temos assim um estilo de Kung Fu que nitidamente remete a uma religião (ou filosofia como preferirem), o budismo. Estas técnicas se originariam (não há como provar isto) de um monge Hindu chamado Bodhidharma. Até onde se sabe ele realmente existiu e todas as linhagem Zen (Chan'an, Seon, Thien e Zen) fazem referencia a ele. Se fomos procurar e rastrear cada linhagem de budismo Zen (Chan'an, Thien, Seon e Zen) encontraremos um ponto em comum, Bodhidharma. E esta linhagem TEM QUE PROVAR a origem via documentos oficiais!


Quando falamos de budismo nos referimos uma religião com preceitos, filosofia e doutrinas passadas de geração à geração. Cada escola de budismo Mahayana possui características parecidas. Para formar um monge, ou um sacerdote, há uma série de procedimentos tradicionais. Portanto não basta só pegar e raspar a cabeça e se enrolar num lençol, têm que ir até estas escolas e fazer o treinamento e passar por todos os procedimentos (não distorça as ideias de Thich Nhat Hanh** sobre budismo engajado). Tem que ter a documentação dada por estas escolas!!!!!
E de nada adiantam falsificar documento de monge ou abade! Estes documentos ficam guardados e ficam registrados em templos e mosteiros legítimos.
O tal manto que esses falsos budistas insistem em colocar no ombro; as cores, a confecção, todos tem um significado. O manto tem um significado muito nobre de renuncia as coisas mundanas e principalmente as que enaltecem o ego. Vesti-lo, significa que fez a mesma renuncia de Buda e que também esta disposto a trilhar o caminho da iluminação.

Alguns dos que dizem ensinar arte marcial que se fantasiam de "monge". Se fizerem um pesquisa verão o quanto destoa da vestimenta autentica dos templos Shaolin. Também não usam a vestimenta de nenhuma outra escola autentica de budismo mahayana que exista oficialmente no Brasil.


E o que mais nota-se nestes "monges budistas de boutique", é exatamente o contrário! É aquela tentativa desonesta em se aproveitar de todo um contexto puro e simbólico para simplesmente APARECER; fugindo completamente do sentido da renuncia.
O uso do manto nos ombros tem o significado totalmente diferente de usá-lo apenas por mera estética só para promover a ideia do que não é ser um monge. É agir com toda má fé. É banalizar uma religião mais antiga que o Cristianismo. Por isso, desconfie de qualquer um que use esta estratégia nefasta para enganar pessoas, pois, vestir o manto de monge budista é coisa séria e não esta festa a fantasia.
Do que adianta fingir ser um monge sem conhecer os preceitos budistas e alguns procedimentos destas escolas, se basta uma simples pergunta de conhecimento de causa que logo a fraude cai por terra? O Kung fu Shaolin infelizmente é o mais afetado por estes embusteiros. 

O Kungu fu Shaolin no Brasil não esta necessariamente ligado a pratica do budismo (pratica monástica)***, o Shaolin do Norte (eu disse "Norte") surgiu no Brasil por intermédio do mestre Chan Kowk Wai (vide em: Academia Sino Brasileira de Kung-fu), e este mestre não era monge budista, mas, realmente aprendeu o estilo Shaolin com grandes mestres de verdade. Porém o mestre Chan não passou nenhum (ou quase nada) conhecimento religioso Budista, pois, não recebeu título de professor de Dharma. Isto não significa que as técnicas do estilo Shaolin que ensina não sejam autenticas; significa apenas que não pode dar ao luxo de agir como monge e sair ensinando o budismo em qualquer lugar. O fato de alguém raspar a cabelo e se cobrir com um lençol não faz de ninguém um praticante de Kung Fu estilo Shaolim legitimo, muito pelo contrário, prova apenas que é puro finjutsu já que não existe uma formação oficial de monges Shaolin no Brasil.

Mas não necessariamente é o Budismo Chan'an dos Shaolin o único deturpado, já aconteceu com o Zen Budismo japonês. Aqui mesmo na página e na fan page tivemos um caso famoso de embusteiro confesso se auto proclamando "Zen budista" (Vide posts anteriores deste blog) – e ainda teve a pachorra de divulgar o nome da escola; vendendo descaradamente a ideia de que era "adepto" da mesma, e que logo após ser questionado, tentou nos enrolar com ofensas, perseguições e todo o tipo de argumento inválido como se fosse capaz de desqualificar os argumentos sólidos onde nos baseamos.

Burrone e a arte do sofisma contraditório (Shinn).


De nada adiantou inventar pseudo explicação sem conhecer o budismo a fundo via fontes confiáveis, como também não adiantou distorcer os mesmos argumentos em benefício próprio. Apelar para o rasteiro discurso Ad hominem ou bancar o "pombo enxadrista" só confirma como uma pessoa consegue ser tão irrelevante e ignorante a ponto de se iludir ridiculamente em tentar derrubar argumentos fundados em bases sólidas. E pior de tudo não foi só isso, pois, este mesmo “monge” tentou desmentir que era budista e logo depois publicou uma foto ao lado de "mestres" budistas contradizendo-se completamente.

Suposto "Zen Budista" que não tem o "rabo preso com religião" pagando vale para monges budistas, um tibetano e um Zen Budista****. Com a mesma foto este do meio já tentou justificar seu "Zen Budismo" "sincrético" e "miscigenado".


Só um aviso a esta gente assumidamente burra: nós sabemos identificar a situação destes "mestres" e sabemos quem pode e quem não pode dar a autorização para iniciar alguém no Budismo, seja qual linhagem do budismo que for Zen, Chan ou Tibetana; sabemos que seguir a risca todos os procedimentos de renuncia material esse bando de enganadores não vai, principalmente em deixar de ser a cerejinha do bolo. E não adianta vir aqui choramingar, porque também sabemos quem dentro destas escolas Budistas estão cabulando as normas das mesmas.





Texto: Mestra Taka Nakara,
Revisão: Mestre Shinn Pann Tzeh




* Abade: um abade geralmente é um espécie de chefe de um mosteiro e levando em consideração que sequer temos formação oficial de monge Shaolin no Brasil, temos que concordar que sequer temos abade desta ordem por aqui. Apesar de ter um "templo" Lohan aqui, temos apenas monges vindo aqui para cursos de Kung Fu e não para formar monges. A formação de monge chinês da escola Chan ainda tem que ser feita NA CHINA. Nossos consultores de Zen Budismo não confirmam existir tal formação aqui, se tivessem eles saberiam. Vale ressaltar e mestre da linhagem Chan só tem uma no Brasil a mestre Jue Cheng (reverenda Sinceridade);

** Thich Nhat Hanh (vide: Plum Village) é um grande nome do budismo Zen, sua linhagem é vietnamita, o mesmo vive exilado de seu país desde a guerra do Vietnã, é um grande ativista da paz, professor universitário e grande escritor, em seus livros prega o budismo engajado e mais participativo com a sociedade, porem muitas pessoas acabam distorcendo seus ensinamentos, o budismo por si só em sua ideologia É ENGAJADO independente de estar dentro ou fora dos monastérios, tais argumentos equivocados já foram usados por finjuteiros denunciados no blog para justificar o "budismo de Butique" "sincrético" e "miscigenado";

***Uma coisa é a prática da arte marcial o kung fu estilo Shaolin (Quan), outra coisa é a pratica do budismo Chan'an do templo Shaolin, as duas coisas correm distintas. Se pode aprender as técnicas da arte marcial (Kung fu), mas ser monge budista, o procedimento é outro e muitíssimo mais complexo.

**** Um monge da Soto Zen (linhagem da Soto Shu direta do Japão), para se tornar um professor de Dharma deve fazer um treinamento nos mosteiros do Japão (Angos), o da foto É DA Soto Zen, mas certamente não é mestre zen e nem professor de Dharma, quanto muito deve ter passado pelo combate de Dharma que é a cerimônia que inicia um monge aprendiz na Soto Zen, nós sabemos quais são os professores de Dharma no Brasil, este ainda não esta entre eles. O monge Tibetano realmente esteve 10 anos na Índia em mosteiros budista tibetanos, estudou em universidades budistas, é o único representante oficial de uma linhagem especifica Tibetana (há várias linhas) no Brasil.

***** World Buddhist Sangha Council e o International Buddhist Council são órgãos internacionais a onde se pode saber se a instituição do monge existe, ou mesmo o monge é realmente um monge;


P.S.: A explicação sobre o Zen Budismo no texto foi sucinta somente para esclarecimento. Focamos no Shaolin que é o mais visado pelos embusteiros das artes marciais e no Soto Zen porque foi indevidamente usado por finjuteiros (vide: Questionando o "Zen
 Budismo" de Butique dos Bione's 1). Questões ideológicas, filosóficas, políticas de alguma escola budista são assuntos internos que devem serem discutidos entre os praticantes do budismo. Sobre o budismo Chan chinês indicamos o site do templo Zu Lai no Brasil. Sobre o Soto Zen em especifico indicamos os Blogs dos monges Tokuda, Gensho, Coen e Isshin. Nosso blog não é para discutir pontos de vista de religião ou escola especifica, mas para esclarecimento nas artes marciais.